Como Evitar Morrer de Doenças Cardiovasculares?




Imagina que terroristas criavam um agente bioactivo que se disseminava rapidamente e que ceifava a vida de centenas de Portugueses diariamente. Esta pandemia seria seguramente capa de jornais e notícia de abertura de telejornais de todo o mundo, todo o dia, todos os dias. Certamente que Portugal iria destacar a sua força militar e reunir todas as suas mentes mais brilhantes para encontrar uma cura para essa praga bioterrorista. Basicamente, não iriamos parar até que a pandemia e os terroristas fossem parados.


Felizmente, não estamos a perder centenas de portugueses, ano após ano, por causa de uma ameaça para a qual nos podemos prevenir…ou estamos?!


Por acaso…até estamos.


E esta arma biológica pode não estar a ser disseminada por terroristas, mas mata mais portugueses anualmente do que algumas guerras travadas na época das conquistas de terras Lusas.

De facto, esta ameaça, e estamos aqui a falar de Doenças Cardiovasculares (DCV), pode ser parada, não num laboratório, mas nos nossos supermercados, cozinhas e até salas de jantar. Quanto a defesas, não são necessários antibióticos ou vacinas, um simples garfo é suficiente.


A European Heart Network refere que a alimentação inadequada é responsável por cerca de metade das mortes e incapacidade causada pelas DCV e pode custar à economia da união europeia 102 mil milhões de euros por ano.


Nos dias que correm, em Portugal, e segundo dados do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), cerca de 35 mil portugueses morrem anualmente por DCV, o que nos indica que ainda continua a ser a principal causa de mortalidade da população, embora muitas dessas mortes e sofrimento prolongado pudessem ser evitados por uma mudança simples nos hábitos alimentares.


Há, no entanto, ainda algo que considero importante referir. Quando ouvimos algo repetidamente, mesmo que seja irreal, torna-se tão vulgar que chegamos a acreditar que é verdade, em alguns casos inevitável, e que de certa forma não há muito a fazer para mudar essa realidade. Isto também é verdade quando falamos de doenças, como é o caso das DCV, cujos números nos parecem fazer crer que é algo associado à idade e que pouco ou nada há a fazer para as evitar.


Porém, no que diz respeito, quer a DCV, quer a outras patologias, há muito que podemos fazer diariamente para prevenir e para promover a nossa saúde.


Segundo vários autores, a relação entre os hábitos alimentares e as doenças cardiovasculares é cada vez mais forte, especialmente no que diz respeito ao sal e à gordura saturada a evidência é sólida, e referem que as recomendações sejam no sentido de se limitar o consumo de sal, de substituir as gorduras saturadas por gorduras insaturadas e de se optar por hidratos de carbono complexos ricos em fibra.


Ou seja, no final de contas, o que os estudos concluem, e aquilo que temos vindo a tentar dizer é o seguinte: uma alimentação saudável e equilibrada, que siga as recomendações da Roda dos Alimentos e se baseie nos princípios da Dieta Mediterrânica é uma solução, que a meu ver, é a mais viável, segura e aquela que não tem efeitos secundários associados.



Sem mais demoras, deixamos-te aqui alguns conselhos, para uma alimentação promotora da saúde cardiovascular, que podes começar aplicar hoje:

  • Dá preferência ao consumo diário de produtos alimentares de origem vegetal (nomeadamente hortícolas e fruta), em vez do consumo excessivo de produtos de origem animal;

  • Opta pelo consumo de cereais integrais, frutos gordos, sementes, feijão, grão, peixe e produtos lácteos com baixo teor de gordura;

  •  Opta pelo consumo de gorduras vegetais, como o azeite;

  • Limita o consumo de carne vermelha e produtos de carne processados;

  • Evita o consumo de alimentos ou bebidas com baixos teores de vitaminas, minerais e fibras alimentares e/ou que contenham elevadas quantidades de açúcar, sal e gorduras saturadas ou trans.


Não esperes por sinais ou sintomas para finalmente tomares a decisão de mudar e ter hábitos alimentares saudáveis.


Até à próxima! E não te esqueças, Cuida de ti!





Bibliografia:
Livro: How Not To Die de Michael Greger, MD (ISBN 978-1-5098-5250-5)

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