Qual a relação entre ser Português, as Sardinhas e a Vitamina D?!

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Ok, agora que já tenho a sua atenção, posso falar com mais calma sobre este assunto.

Sabia que o défice de Vitamina D pode vir a ser considerado uma pandemia na Europa?

O défice desta vitamina trata-se de facto de um problema de saúde pública global que acarreta um custo económico bastante elevado. No que diz respeito a Portugal, ainda são escassos os dados acerca dos níveis de vitamina D na população.

Actualmente, e muito graças à implementação do projecto Nutrition UP 65, começamos a ter mais dados acerca da população portuguesa com idade ≥ 65 anos, nomeadamente informação sobre os valores séricos de Vitamina D, que estão inseridos nos parâmetros de avaliação do estado nutricional do referido projecto.

Suponho que já esteja a pensar: 

“Ok, e o que faz essa vitamina ao certo?"

"Porque é que me tenho que preocupar com isso?

"Se é assim tão importante, como é que eu evito défices?”


Todas estas questões são muito pertinentes, e vou tentar explicar de forma sucinta e pouco enfadonha, para que o leitor não tenha a tendência para adormecer ao ler este post. ☺️

Bem, sendo assim, passo a explicar que esta vitamina desempenha um papel muito interessante no nosso organismo, pois não é ao acaso que aproximadamente 3% do genoma humano é regulado directa ou indirectamente pelo sistema endócrino da Vitamina D. 

Dependendo dos tipos de estudos ou fontes de consulta que o leitor opte por ler, pode encontrá-la com denominações distintas, tais como 25(OH)D; calcitriol; 1,25-dihidroxicolecalciferol, 1,25(OH)D ou simplesmente como Vitamina D.

De forma muito geral, toda a gente a relaciona com a saúde óssea, e que a sua carência provoca o raquitismo na idade pediátrica e osteomalacia e osteoporose em idade adulta. 

Importa aqui destacar que em níveis séricos adequados, demonstra ter um papel protetor contra inúmeras patologias, nomeadamente contra doenças musculosqueléticas (fraqueza muscular, quedas, fracturas, osteoporose), doenças infecciosas, doenças auto-imunes e doenças cardiovasculares. 

Apresenta ainda um papel importante no combate da sarcopenia, Diabetes Mellitus, diversos tipos de cancro, disfunções neurocognitivas e ainda contra a doença mental. Como vê, o papel desta vitamina não é assim tão insignificante quanto à primeira vista se poderia pensar.

Toda a informação que advém da evidência científica mais recente sobre a população portuguesa, nomeadamente de estudos realizados a partir do projecto anteriormente referido, vai de encontro aos dados obtidos por outros estudos europeus que avaliaram os níveis séricos de Vitamina D nas suas populações. Ou seja, os factores de risco que já se conheciam tornam-se assim ainda mais importantes, uma vez que os dados indicam que estes também se verificam atualmente na população Portuguesa.

Alguns dos factores de risco que deve ter em consideração, são os seguintes:

o   Ser idoso (uma vez que os receptores desta vitamina têm uma menor expressão em idades mais avançadas, independente das suas concentrações séricas);

o   Ter um perímetro da cintura elevado (>88 cm mulheres e >102 cm homens);

o   Ter um IMC acima de valores normais (de acordo com os valores de referência da OMS);

o   Ter uma alimentação desequilibrada;

o   Ter pele escura;

o   Ser doente institucionalizado;

o   Residência a maior distância ao Equador;

o   Período de Outono-Inverno;

o   Síndromes de malabsorção;

o   Doença hepática ou renal;

o   Poluição atmosférica;

o   Ser fumador;

o   Elevada ingestão de álcool;

o   Alguns medicamentos;


Apesar de tudo, não deixa de ser possível obter níveis adequados desta vitamina através de uma alimentação saudável e equilibrada. Os alimentos pelos quais deve optar, dado a sua maior concentração em Vitamina D são os seguintes:

o   Peixes gordos: sardinha, salmão, cavala e arenque;

o   Cereais e leite fortificados (têm indicação na embalagem que foram enriquecidos em Vit. D);

o   Ovos;

o   Pescado: safio, congro, lulas, etc..


Sim, eu sei, TOO MUCH INFORMATION!

Mas eis o que pode começar a fazer já hoje para garantir, que mantém ou aumenta, os seus níveis desta vitamina:

o   Tenha um estilo de vida saudável, pratique exercício físico regularmente e tenha uma alimentação variada e equilibrada;

o   Coma peixe gordo pelo menos 3 a 4 vezes por semana;

o   Sempre que possa, apanhe sol entre as 9 e as 11 horas e entra as 16 e as 18 horas; Em média 15 minutos por dia de exposição solar são suficientes;

o   Prefira leite e cereais fortificados;

o   A suplementação é sempre uma opção, principalmente se for mulher e durante o inverno, mas não vá por aí tomar o primeiro suplemento que vir na prateleira do supermercado, aconselhe-se com o seu médico ou nutricionista sobre qual a melhor opção para si.


Caso tenha ficado com alguma dúvida, tenha gostado deste conteúdo ou queira saber mais sobre este ou outro tema em específico, deixe-nos uma mensagem ou comentário.

Até à próxima! 

E não se esqueça, cuide de si!





Referências Bibliográficas

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