Alimentos Processados. Sabes do que estamos a falar?
Todos os dias somos inundados com
informação. São produzidos milhares de conteúdos diariamente e o acesso a toda
a espécie de temas nunca foi tão fácil. No entanto, nem tudo o que lemos é
verídico ou tem fundamento científico, levando a que muitas vezes alguns
conceitos importantes fiquem perdidos no meio de tantos outros.
Um desses conceitos é o de alimento processado. Mais do que nunca
ouvimos esse termo quando ouvimos, por exemplo, campanhas de promoção de saúde.
Atenção, aproveito aqui para
dizer que, de facto, podemos utilizar esse conceito em publicidades ou
campanhas, porém, e na minha sincera opinião, deve-se ter algum discernimento
aquando da sua utilização.
Mas então e porquê? Pergunta o
leitor, e muito bem.
Para responder a essa pergunta, peço
que reflitas no seguinte:
Alimentos de origem vegetal (com
variados benefícios nutricionais e menor propensão para favorecer o processo de
doença) são mais saudáveis do que alimentos de origem animal e alimentos não
processados são mais saudáveis do que alimentos processados.
Será sempre assim?
Não.
Estou com isto a dizer que todos
os alimentos de origem vegetal são melhores que todos os alimentos de origem
animal?
Não. Aliás, um dos piores ingredientes
presente em produtos alimentares nas prateleiras dos supermercados é a gordura
vegetal hidrogenada - um produto que tem vegetal mesmo a meio do nome.
Mas afinal o que é que se entende
como alimento processado?
Um alimento processado consiste
num alimento que é submetido a qualquer processo ou método utilizado para
transformar alimentos frescos em produtos alimentares, podendo envolver apenas
um ou vários processos. A lavagem ou o corte, a pasteurização, congelação,
fermentação, embalamento ou a incorporação de aditivos alimentares são alguns
dos processos aos quais um alimento pode ser submetido.
Importa aqui salientar que,
muitos destes procedimentos são feitos com o objetivo de garantir a segurança
alimentar de produtos, melhorar o valor nutricional e a textura dos mesmos.
Como podemos observar em alguns
casos, o processamento pode até tornar os alimentos mais saudáveis. Por
exemplo, o sumo de tomate ou a polpa de tomate parecem ser mais saudáveis do
que o consumo do mesmo no seu estado original. Neste caso, o que acontece é que
o processamento do tomate aumenta a biodisponibilidade do seu pigmento
vermelho, o antioxidante licopeno, até cinco vezes.
Também a remoção da gordura dos
grãos de cacau, para fazer cacau em pó, parece melhorar o perfil nutricional do
alimento, uma vez que a manteiga de cacau é uma das gorduras saturadas,
presente em plantas, que pode contribuir para o aumento dos níveis de
colesterol.
Sempre que tiveres dúvidas na
apreciação de um alimento processado pensa no seguinte: Nada de bom deverá ser retirado e
nada de mau deverá ser acrescentado.
Pegando no exemplo referido
anteriormente, a polpa de tomate pode ser vista como um alimento relativamente
pouco processado, uma vez que até muita da sua fibra é mantida no produto
final. Todavia, quando lhe é adicionado açúcar à sua lista de ingredientes
devemos refletir sobre o consumo do mesmo.
As amêndoas também são um bom
exemplo de produto relativamente pouco processado. Contudo, se refletirmos
sobre o processo de obtenção da bebida de amêndoa, onde grande parte do valor
nutricional é retirada ao fruto, a história já é bastante diferente… Pensa
desta forma: comer amêndoas é mais saudável do que beber uma bebida de amêndoa.
Bem…parece que já me alonguei
bastante...
Fica então aqui a mensagem
essencial: na próxima vez que ouvires falar em alimento processado, reflete se
realmente se trata de um produto alimentar ao qual foi acrescentado ou retirado
valor nutricional. O ideal será ler sempre o rótulo, mas se mesmo assim tiveres
dúvidas lembra-te:
Nada de bom deverá ser retirado e
nada de mau deverá ser acrescentado.
Até à próxima!
E não te esqueças, cuida de ti!
E não te esqueças, cuida de ti!
Bibliografia:
Livro: How Not To Die de Michael Greger, MD (ISBN 978-1-5098-5250-5)
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